Andropausa
Dr. Walid Khenaifes comenta as alterações que envolvem o organismo masculino no processo natural de envelhecimento, com todas as suas repercussões na qualidade de vida do homem. ENVELHECIMENTO MASCULINO – ANDROPAUSA
Tem o nome de andropausa e equivale ao fenômeno da menopausa nas mulheres. Esse envelhecimento é acompanhado de uma progressiva diminuição de seus hormônios, entre os quais a testosterona, o mais importante do homem. O declínio da concentração sérica de testosterona habitualmente começa por volta de 40 anos. Entre 40 e 50 anos, aproximadamente 10% dos homens apresentam níveis do hormônio abaixo do normal. A taxa ascende a 30% em homens na faixa dos 50 a 59 anos. Na faixa dos 60 a 69 anos, a porcentagem sobe para 40%, podendo atingir de 50 a 60% dos homens com mais de 70.
As principais manifestações num homem na andropausa no campo sexual são: a diminuição da libido, intensidade do orgasmo, disfunção erétil e diminuição do volume de esperma ejaculado. Na esfera física, pode haver diminuição da massa e da força muscular, além de diminuição de energia para atividades que antes eram realizadas normalmente. Ainda pode desenvolver um aumento da gordura corporal, perda de pêlos no rosto e pelo corpo, ter anemia, letargia, osteoporose e suores repentinos. No âmbito emocional ou psicológico, é possível que haja alterações do humor, ansiedade, diminuição da capacidade cognitiva, da memória e da orientação espacial, além de dificuldade de concentração, alterações da sensação de vitalidade e do bem-estar geral, apatia, e até mesmo, depressão. Nem sempre todas estas manifestações precisam estar presentes. Elas podem surgir de forma isolada.
Depois de certa idade, o homem deve se preocupar, sim, com suas alterações hormonais. Quando os sintomas sugestivos de andropausa começarem a aparecer, visto que, o tratamento adequado pode significar uma melhor qualidade de vida, o paciente deve procurar auxílio médico. Porém, antes de optar pela reposição hormonal, a pessoa precisa estar ciente de que a terapêutica tem certos riscos, não apenas vantagens.
As alterações do envelhecimento têm repercussão nas funções sexuais, graças ao decréscimo do nível normal de testosterona. A libido, o orgasmo, a ejaculação e a função eretiva podem ser afetadas, assim como, a espermatogênese, o processo que abrange a formação dos espermatozóides. Homens com estas queixas e realmente com deficiência no número de testosterona se tratados da maneira adequada, com reposição hormonal, ajuda a manter a vitalidade e a qualidade de vida.
A história clínica e o exame físico são essenciais para se diagnosticar a andropausa. No exame físico, entre as manifestações que podem surgir estão: a diminuição dos pêlos corporais, a ginecomastia, a diminuição da massa muscular, a distribuição central ou abdominal da gordura e a diminuição do volume e da consistência dos testículos. O exame de próstata é essencial em homens acima de 40 anos. Do ponto de vista laboratorial, a medição dos valores séricos de testosterona, PSA (Antigeno Prostático Específico) em homens acima de 40 anos, hormônios secretados pela hipófise tipo LH – hormônio luteinizante, assim como, a determinação da prolactina sérica em todo homem com nível de testosterona baixa, também é imprescindível para que seja afastada a possibilidade de tumores de hipófise.
Existe relação entre o envelhecimento hormonal e doenças como: a insuficiência coronariana, a disfunção erétil e a osteoporose. Em relação à insuficiência coronariana decorrente da arteriosclerose, estudos demonstram que a arteriosclerose está aumentando em homens com níveis séricos baixos de testosterona. Estudos clínicos indicam também que a reposição hormonal pode exercer efeitos positivos sobre o desempenho físico de homens com angina pectoris. E, para fechar essa parte de estudos, cientistas ingleses afirmam que homens em processo de envelhecimento sofrem mais riscos cardíacos do que as mulheres.
O tratamento requer que a presença de sintomas relacionados à deficiência hormonal seja associada à concentração séricas subnormais de testosterona. Requer também que haja ausência de contra-indicações ao uso de hormônio masculino. São contra-indicações à reposição hormonal diagnósticos de câncer de próstata, câncer de mama masculino e tumores da hipófise. A reposição de hormônios pode ser efetuada por via intramuscular, transdérmica, oral e subcutânea. Após o começo do tratamento, controles periódicos no que diz respeito aos efeitos colaterais e prováveis riscos devem ser monitorados.
É importante que o homem que pretende se submeter à reposição hormonal saiba que, além de benefícios, há riscos associados a esta intervenção terapêutica. Consulte seu médico para saber tudo sobre a questão.